Esse site foi criado com o objetivo de compartilhar meus conhecimentos sobre as tecamebas. Contribuições de fotos, textos, críticas e conselhos são e serão sempre bem vindos! Bióloga Maria Beatriz Gomes e Souza.
Amoebozoa = Total = 392 táxons (283 spp + 109 N.I. )
Filo Amoebozoa Cavalier-Smith, 1998
Esse Filo abriga todos os organismos que possuem os pseudópodos na forma de lobos ou dedos (digitiformes) e se locomovem de forma amebóide. Dentre esses, os gênero das amebas testáceas que vivem sob uma carapaça (de origem diversa) é o foco do meu estudo.
Gênero: Alabasta Duckert et al, 2018
Este é um gênero criado recentemente, empregando as técnicas moleculares, que abriga as seguintes espécies que pertenciam ao gênero Nebela: A. militaris, A. kivense e A. longicollis mas as 2 últimas não foram registradas.
Gênero: Apodera Loeblich & Tappan, 1961
Apenas 1 espécie citada como habitante de musgos, mas encontrei entre folhas num riacho e na serrapilheira de matas.
Alguns dos táxons encontrados são prováveis espécies novas para a ciência. Os ambientes lóticos e lênticos foram os preferenciais para esse gênero.
Táxons | TECA | DIÂMETRO | PS | AMBIENTE |
apicata-cf. | Oviforme-larga, fundo com protuberância | ~100 | Circular, invaginada | lótico |
brasiliensis | Hemisférica alta, borda frisada | ~100 | Circular, invaginada, com lábio | lótico, “wetlands” |
conica | Hemisférica alta, superfície com depressões | <100 | Circular, invaginada | Aquático |
costata | Hemisférica alta, superfície angular e reta | ~100 | Circular, pouco invaginada | Aquático |
crenulata | Hemisférica baixa, pode ser ondulada | 80-150 | Crenulada, invaginada | lótico, lênticos, “wetlands” |
discoides scutelliformis-cf. | Hemisférica baixa, bordas redondas | 60-100 | Circular, invaginada | Aquático |
discoides pseudovulgaris arcuata-cf. | Arqueada e comprimida, aspecto elíptico | ~100 | Elíptico | lêntico |
excavata-cf. | Arqueada, formando “abas” como uma “ferradura” | 60-120 | Elíptica, muito invaginada | Aquático |
gandalfi | Hemisférica com borda “frisada”, fundo em cone | >70 | Circular, invaginada | lótico e lêntico e “wetlands” |
gibbosa | Hemisférica alta, bordas em aba | >70 | Circular, invaginada | Aquático |
hemisphaerica | Hemisférica, borda redonda | 40-70 | Circular, pouco invaginada | Aquático |
hemisphaerica minima | Hemisférica, borda redonda | <39 | Circular, pouco invaginada | lótico |
intermedia | Hemisférica alta e superfície com fossetas | >60 | Circular, invaginada | lêntico |
lobostoma | Hemisférica e superfície com ou sem fossetas | <60 | Lobada, irregular | lêntico |
marginata | Em forma de chapéu, com pequenas fossetas | ~100 | Circular | Aquático |
mitrata | Globular | >100 | Circular-Crenulada ou lobada | lêntico |
oblonga | Elíptica ou retangular, comprimida | >50 | Circular, oval ou gota | lótico |
peruviana | Poligonal, alta como uma caixa | ~50 | 3-4 lobos com lábio | Sphagnum em, “wetlands” |
spectabilis-cf. | Poligonal, alta como uma caixa | ~100 | Circular, invaginada | Lêntico |
tuberosus | Hemisférica alta, protuberâncias irregulares | >60 | Circular, invaginada | lênticos |
vulgaris | Hemisférica alta, bordas em aba | >50 | Circular, invaginada | lênticos e “wetlands” |
sp 1 | Globular, pequeno tamanho | ~30 | Circular, pouco invaginada | lótico |
sp 2 | Hemisférica baixa com bordas arredondadas | >90 | Circular, pouco invaginada | lótico |
sp 4 | Globular | <90 | Circular, invaginada, com tubo | Lagoas e brejos |
sp 5 | Oviforme, como um balão | ~80 | Circular, levemente crenulada | “wetlands” |
Argynnia Vucetich, 1974
A maior parte dos espécimes foi coletada nas margens de ambientes lóticos e “wetlands” sendo, portanto, os “habitats” preferenciais desse gênero.
Táxons | CORPO | TAMANHO | RAZÃO C/L | AMBIENTE |
caudata | Piriforme-larga, 2-6 cornos | <100 | 1,1-1,4 | lótico, musgos, serrapilheira |
crenulata | Globular-Circular | ~100 | 1,2-1,4 | lótico e serrapilheira |
dentistoma | Oviforme-larga | >80 | 1,2 | lótico |
dentistoma hesperia | Oviforme-estreita, sem pescoço | >80 | 1,4-1,6 | lótico |
dentistoma lacustris | Oviforme Alargada, maior tamanho | >120 | 1,2-1,4 | lótico, “wetlands” |
dentistoma lageniformis | Maior e com Pescoço curto | >100 | 1,4 | lótico |
kundulungui = caudata? | Oviforme com projeções longas | <100 | 1,3-1,5 | lótico e musgos |
pusilla | Oviforme com estreito colar | 80-110 | 1,4-1,5 | aquático; musgos |
spicata | Oviforme larga, cornos curtos ou ausentes | >100 | 1,1-1,3 | “wetlands”, musgos, serrapilheira |
teres | Oviforme alongada | ~100 | 1,7-1,9 | lótico, “wetlands” |
sp 1 | Piriforme com pescoço curto | ~100 | 1,5 | lótico |
sp 2 | Circular | >100 | 1,2 | Brejo |
sp 3 | Oviforme larga, com colar | <100 | 1,3-15 | lótico |
Gênero: Awerintzewia Schouteden, 1906
Somente 1 espécie foi identificada, mas ocorreu em vários biótopos e parece ser bem distribuído no Brasil.
Awerintzewia cyclostoma Schouteden, 1906
Bullinularia Deflandre 1953
Esse é um gênero comumente encontrado em ambientes terrestres, coletei em musgos nos solos e rochas e serrapilheira e também em áreas alagáveis.
Gênero: Bullinullaria
Táxons | TECA | Diâmetro e Comprimento da Abertura ( µ ) | AMBIENTE |
gracilis | Presença de Lamela semi-circular sobre o PS; | D<150; AB=35-70 | musgos em rochas |
indica | Estreita projeção sobre o PS | D>100; AB=90-120 | “wetlands” e musgos |
maxima | Presença de Lamela semi-circular sobre o PS; | D>150;;AB>70 | musgos em rochas |
sp 1 | Abertura visível, semicircular, irregular | D~100:AB<75 | Spahgnum sp |
sp 2 | Presença de Lamela pequena e central | D>100:AB<70 | Serrapilheira; musgos-árvores |
Gênero: Centropyxis Stein, 1857
Esse é um dos gêneros de maior distribuição nos variados tipos de habitats e as espécies são muito frequentes. Algumas ocorrências raras foram encontradas, tais como: C. discoides solari Stepanek, 1963,C. gauthieri Vucetich, 1973, C. guyanensis Coûteaux & Chardez, 1981, e C. sacciformis Hoogenraad & Groot, 1940.
Gênero: Centropyxis-CIRCULARES
Táxons | TECA | DIÂMETRO (em µ) | PS | AMBIENTE |
aculeata | Com nº variável de espinhos na região dorsal | 90-180 | Circular ou irregular | Aquático, musgos e serrapilheira |
aculeata minima | Difere por todas as dimensões inferiores | <60 | Circular | Lótico |
aculeata oblonga | Difere pelo formato oval | ~100 | Circular e grande | Lótico |
bonneti | Forma de chapéu-abaulada | 60-70 | Elíptico-Alongado | Musgos-casca de árvores |
cassis | Forma de chapéu, em vista lateral | C~60;L~55; C/L=1,1-1,2 | Oval; grande; pedras ao redor | Lótico |
cassis spinifera | Difere pelos espinhos na região dorsal | C<80 | Oval, grande, com pedras maiores ao redor | Lótico |
discoides | Forma de prato, espinhos na metade da teca | >150 | Circular, grande, mais central. | Aquático |
discoides solari | Menor que espécie-tipo e com mais espinhos | <150 | Circular, grande, não central | Aquático |
ecornis | Forma de chapéu, em vista lateral | >100 | Circular, invaginada | Aquático |
gauthieri | Forma de chapéu, em vista lateral | 50-70 | Hemisférico | Lótico e Musgos |
guyanensis | Comprimida, quitinosa-amarelada, com ou sem cornos curtos e finos | ~100 | Triangular ou irregular | Musgos-casca de árvores |
laevigata | Circular ou oval, quitinosa-amarelada, sem cornos | ~100 | Circular/irregular | Musgos-rochas e Serrapilheira |
minuta | Hemisférica em vista lateral | 50-90 | Circular ou oval, com lábio grosso | Musgos e Serrapilheira |
notonyx | Forma de chapéu alto, em vista lateral, com poucos espinhos no fundo. Quitinosa. | 45-75 | Circular ou oval | Aquático |
orbicularis | Forma de chapéu, muito alta na região dorsal | ~100 | Circular ou oval, muito invaginado | Lótico e “wetlands” |
plagiostoma | Hemisférica em vista lateral, formada de pedras | >70 | Elíptico, invaginado, pode ter pedras circundando | Musgos-casca de árvores |
cf. plagiostoma var. terricola | Hemisférica em vista lateral, formada de pedras | <60 | Circular-irregular, invaginado, com pedras | Rizosfera de ambientes lóticos |
sphagnicola | Hemisférica em vista lateral, de menor tamanho | ~60 | semi-circular, abaulado, grande | Sphagnum e musgos muito úmidos |
spinosa | Quitinosa, com espinhos longos espalhados | 90-160 | Elíptico e invaginado | Lêntico e “wetlands” |
stolata- cf. | Globular | 80-100 | Circular-irregular e pouco invaginado | Serrapilheira |
sylvatica | Alargada na vista ventral | 75-100 | Sob uma “viseira” semi-circular; elíptica alargada. | Lótico |
sp 1 | Quitinosa, com “tubinhos curtos” espalhados no contorno | ~100 | Circular, irregular, grande | Lêntico e “wetlands” |
sp 2 | Circular, presença de 3 “freios” internos | >100 | Lobado, irregular | Musgos-caverna |
sp 6 | Circular e pouco deprimida sobre a Abertura | 80-100 | Circular, com tubo | Musgos; Serrapilheira |
sp 8 | “Pedregosa” de grande tamanho | 200-300 | Oval e grande | Lêntico |
sp 11 | Transparente, com pequenas partículas | ~100 | Reniforme, com tubo | Serrapilheira e Musgos |
sp 12 | Transparente, com PS grande | ~150 | Circular-irregular, com tubo | Musgos |
Gênero: Centropyxis-OVIFORMES
TÁXONS | TECA | COMPRIM. (C); LARG. (L) em µ e Razão C/L | PS | AMBIENTE |
aerophila | Em vista lateral, mais alta na região dorsal | C=60-85; L=45-68; C/L=1,2-1,3 | Oval ou semicircular | Musgos em areia |
capucina | Uniformemente abaulada | C.=60-90;L.=35-65; | Semicircular com capuz | Musgos secos-rochas; Serrapilheira |
cassis minima | Menor q o tipo, mais comprimida | C~40 | Oval; grande; com pedras maiores ao redor | Lótico |
constricta | Abaulada no fundo e com pedras | C~100;L.>50; C/L=1,5-1,7 | Invaginado; Semicircular | Aquático |
constricta minima | Menor dimensão e abertura pequena | C.~55;;L~31; C/L=1,7-2,0 | Invaginado; Semicircular; menor tamanho | Musgos, Serrapilheira, |
elongata | Paredes paralelas, pouco abaulada | C.>60;L.>30; C/L=1,8-2,0 | Pouco invaginado; circular; grande | Lótico (mais comum) |
marsupiformis | Com ou sem espinhos pequenos no fundo | C.>150;L.>85; C/L=1,4-1,8 | Pouco invaginado; circular ou oval; grande | Aquático e Musgos |
sacciformis | Alargada, abaulada em vista oral e lateral | C.>60;L.>50; C/L=1,3-1,4 | Subterminal, formando um ângulo de 45 ° | Lótico e “wetlands” |
vandeli -cf. | Oviforme, com “capuz” em vista lateral | C.~45; L.~33; | Elíptico encurvado e alongado | Musgos |
vandeli v. globulosa | Alargada, com “capuz” em vista lateral | C.~60; L.~40; | Elíptico encurvado e alongado | Musgos e brómelias na areia |
sp 3 | Contorno regular e abaulada no fundo | C.100-160;L.>60-110; C/L=1,5-2,0 | Invaginado; elíptico; grande | Aquático; serrapilheira |
sp 4 | Pequena, mais larga e com abertura grande | C.~60;L=~40; C/L= 1,4-1,6 | Semicircular; grande | Aquático; Musgos, |
sp 5 | Grande e larga com abertura grande | C.>120;C/L=1,2-1,5 | Invaginado; oval; grande | Rizosfera em ambiente lótico |
sp 7 | Oviforme com grande tamanho | C.>250; C/L=1,4-1,5 | Oval; grande | Aquático |
sp 9 | Oviforme-alargada, rugosa | C.>70; L >50; C/L=~1,4 | Semicircular; grande | Musgos; Serrapilheira |
sp 10 | Oviforme-alargada e lisa | C=~100; L=~72; C/L=1,2-1,7 | Circular; pequeno | Aquático, Musgos e Serrapilheira |
sp 13 | Oviforme-alargada; presença de “lamela” | C=~95; L=~66; C/L=1,3-1,6 | Circular; grande | Musgos Aquático, |
sp 14 | Oviforme-alargada; muito abaulada no fundo | C=~100; L=~66; C/L=1,4-1,7 | Circular; grande | Musgos Aquático, |
Gênero Cochliopodium Hertwig e Lesser, 1874
As amebas desse gênero possuem uma “estrutura interna de micro-escalas” invisíveis ao microscópio de campo claro e que se tornam importantes na determinação das espécies.
É apresentado a seguir uma espécie, que devido a presença de espículas finas projetadas, foi identificada = C. vestiutm.
No entanto, para os táxons Não Identificados: C. sp1 e C.sp2, foi produzido um filme para C. sp1 mostrando sua locomoção e para C. sp2, há apenas a informação do maior tamanho (diâmetro) que esses organismos podem alcançar. Todos foram observados em ambientes aquáticos.
Cryptodifflugia Penard 1890
A sinonímia desse gênero é Difflugiella Cash, 1904. As tecas são muito pequenas e algumas espécies podem ser confundidas com Difflugia. São muito distribuídos em vários tipos de habitats, mas reportei somente os espécimes que apresentaram tecas quitinosas e que encontrei em ambientes aquáticos.
Táxons | TECA | COMPR.( µ ) | Razão C/L | ABERTURA | AMBIENTE |
sacculus | Piriforme com prescoço que alarga na abertura | 20-30 | 0,7-1,0 | Circular, larga | Lêntico |
sp 1 | Piriforme com pequenas fossetas | 35-45 | 1,3-1,5 | Circular, larga | Lêntico e Lótico |
sp 2 | Piriforme com 2-6 cornos | 30-40 | 1,6-1,9 | Circular, às vezes crenulada | Lêntico |
sp 3 | Piriforme com prescoço que afina na abertura | 35-40 | 1,3-1,4 | Circular, estreita | Lêntico |
sp 4 | Piriforme-estreita; prescoço alarga na abertura | 35-40 | 1,8-2,0 | Circular | Lêntico e Lótico |
Cucurbitella Penard, 1902
Na minha opinião esse é um gênero que apresenta muitas dificuldades para a identificação devido ao aspecto muito escuro e fosco da maioria das espécies. Somado aos raros artigos publicados sobre a taxonomia desse gênero, que basicamente se restringem a dois: Gauthier-Lièvre & Thomas, 1960 e Ogden & Zivcovic, 1983. Pelas minhas observações 3 aspectos são constantes para esse gênero e os distinguem de Difflugia e outros táxons: 1) as tecas são bem arredondadas; 2) o colar normalmente é mais translúcido que o resto do corpo e 3) a região do PS normalmente é amarronzado. Os locais preferenciais desse gênero foram entre as macrófitas, nas lagoas rasas ou córregos com baixa vazão. Outros autores citam coleta de espécimes nos sedimentos.
Táxons | Colar | DIÂMETRO (em µ) | PS | AMBIENTE |
dentata f. quinquelobata | Discreto, pouco desenvolvido | <100 | 4-5 lobos e botão central | lêntico |
megastoma f. multidentata | Discreto, pouco desenvolvido | 80-100 | + de 6 lobos | lêntico |
mespiliformis africana | Distinto e acompanha os lobos | <100 | 4-lobos redondos | lêntico |
cf. obturata | Alto e ondulado | >100 | 3,4,5,(6?)-lobos como fendas | lêntico |
vlasiniensis | Distinto e acompanha os lobos | 70-100 | 3-lobos redondos | lóico e lêntico |
Gênero: Cyclopyxis Deflandre, 1929
A maior parte dos espécimes foram encontrados em musgos e em águas correntes e somente 3 espécies coletadas em ambientes lênticos: C. lobostoma, C. machadoi e C. puteus.
sp 7Hemisférica, rugosa>100Circular, invaginada no tuboRizosfera, ambiente lótico
Táxons | TECA | DIÂMETRO | PS | AMBIENTE |
acmodonta | Hemisférica, rugosa | >200 | Lobado com dentículos | Musgos muito úmidos; Serrapilheira |
ambigua | Hemisférica, translúcida | 45 | Pequeno, irregular com fino lábio | Lótico |
aplanata var. microstoma | Aplanada (calota), translúcida | ~100 | Circular, invaginado, pequeno | Lótico |
arcelloides | Hemisférica lisa ou rugosa | ~100 | Circular, circundado com pedras pequenas | Lótico |
eurystoma | Hemisférica, translúcida | ~60 | Circular; grande | Musgos e Serrapilheira |
impressa | Aplanada (calota) | >300 | Lobado, 6-8 dentes quitinosos | Lótico |
intermedia | Hemisférica-alta | 100-200 | Circular, invaginado | Serrapilheira |
kahli | Hemisférica, lisa e rugosa | 70-100 | Circular, pedras no contorno | Musgos; e Serrapilheira; |
kahli v. cyclostoma | Hemisférica, rugosa | 70-110 | Circular, lisa (sem pedras) | Serrapilheira e Musgos |
leidyi | Hemisférica, fosca | ~100 | 3-lobos redondos | Musgos secos-rochas |
lithostoma. | Hemisférica, muita lisa e regular, translúcida | 75- 173( 118) | Depressão na abertura, PS “lobado” ou Irregular e invaginado | Serrapilheira e musgos |
lobostoma | Hemisférica-alta, translúcida | >400 | Lobado com dentes de pedras, invaginado. | Aquático |
machadoi | Hemisférica-alta, fosca | >180 | Lobada, invaginada, com “tubo” | Lêntico |
plana microstoma | Aplanada (calota) | ~50 | Circular, com lábio | Musgos-casca de árvores |
puteus | Hemisférica-alta, fosca | >150 | Lobado ou crenulado, pequeno e no interior do “tubo”. | Serrapilheira;Musgo |
stellata | Hemisférica-alta, escura | ~300 | Lobado como estrela de 5-pontas | Musgo-úmido-Lótico |
sp 1 | Hemisférica-alta; Grande | >300 | Cruciformer, invaginado | Serrapilheira |
sp 2 | Hemisférica-alta | ~40 | Circular, invaginado | Lótico |
sp 3 | Hemisférica-alta, fosca | >240 | Pouco visível | Musgos-secos rochas |
sp 4 | Hemisférica-alta, rugosa | >100 | Circular, com pedras | Lótico |
sp 5 | Hemisférica baixa | 40-90 | Circular, liso | Rizosfera-Lótico; Serrapilheira |
sp 6 | Hemisférica alta | <60 | Circular, liso | Musgos; Serrapilheira |
sp 7 | Hemisférica, rugosa | >100 | Circular, invaginada no tubo | Rizosfera, ambiente lótico |
sp 8 | Hemisférica, pequena | <50 | Circular, maior | Serrapilheira |
sp 9 | Hemisférica, baixa, transparente | ~70 | Circular, invaginada | Ambiente aquático |
sp 10 | Hemisférica, grande e alta | >200 | Circular, invaginada | Serrapilheira |
sp 11 | Hemisférica, lisa | <100 | Oval-irregular, angular | Musgos e Serrapilheira |
Gênero: Cylindrifflugia González-Miguéns, R., Todorov, M., Blandenier, Q., Duckert, C., Porfirio-Sousa, A.L., Ribeiro, G.M., Ramos, D., Lahr, D.J.G., Buckley, D., Lara, E., 2022
Este gênero foi criado após estudos moleculares recentes, que distinguiram algumas espécies dentre Difflugia para esse novo táxon.
Táxons | TECA | COMPR.( µ ) | Razão C/L | Razão L/PS | AMBIENTE |
acuminata | Cilindriforme, corno apical | 100-300 | 2,6-3,1 (2,8) | 1,8-2,2 (2,0) | Lêntico e Lótico |
bacillariarum | Piriforme, corno apical | ~70 | 1,6-1,9 (1,7) | 1,6-2,4 (1,9) | Lêntico e Lótico |
elegans | Piriforme, corno apical | ~100 | 1,5-2,2 (1,9) | 1,2-2,1 (1,7) | Lêntico e Lótico |
lanceolata | Cilindriforme | ~120 | 2,0 | 2,2 | Lótico |
Gênero: Difflugia, Leclerc, 1815
Este foi o gênero com maior número de táxons identificados (N > 70), sendo alguns, ainda com dúvidas. Para facilitar e acompanhar as descrições dos taxonomistas, foi obedecido a distinção por formato da teca: Acuminadas, Corniculadas, Colarizadas, Globulares, Lanceoladas, Lobadas (prováveis do gênero Netzelia), Ovais e Piriformes.
Difflugia habita comumente ambientes aquáticos, podendo ser encontrado nos sedimentos, entre as macrófitas, no plâncton ou nos musgos muito úmidos das rochas ou nos solos das margens de lagoas e rios. Encontrei também na serrapilheira das florestas ombrófilas (Atlântica e Amazônica).
Difflugia – formas –Acumidadas e Corniculadas
Táxons | TECA | CORNO | COMPR.( µ ) | Razão C/L | AMBIENTE |
acuminata magna | Cilindrica | Apontado-longo | 250-350 | 3,8-4,6 | Lênticos |
brevicaulis | Cilindrica | Mamilo-curto | 200-2600 | 2,6-3,0 | Rizosfera-Aquático |
angustata | Piriforme-mais estreita | Variado | <150 | 2,3-2,9 | Lóticos e lênticos |
bicornis | Oval | 2-divergentes | ~100 | 1,6 | Lóticos |
curvicaulis | Piriforme ou Cilindriforme | Apontado, curto e torto | ~150 | 2,3-3,1 | Lênticos |
distenda | Piriforme-larga | Apontado-curto | >150 | 1,6-2,3 | Lóticos e “wetlands” |
echinulata | Oviforme, PS denteado | Vários finos | ~150 | 1,8-1,9 | Lóticos |
elegans teres | Piriforme-abaulada | Variado | >150 | 1,1-1,5 | Lóticos e “wetlands” |
cf. fragosa | Oviforme com projeções | Digitiforme:5-8 | ~100 | 1,3 | Lênticos |
ivorensis | Disciforme; Comprimida | Saliência:2-5 | 200-300 | 1,1-1,4 | Lóticos e “wetlands” |
cf. kempnyi | Oviforme, com breve colar | Corno “torto” | ~100 | 1,5 | -Lêntico |
lingula | Piriforme-larga; Comprimida | Curto e redondo | >150 | 1,3 | Lóticos |
mammillaris | Oviforme-abaulada | Curto e redondo | ~90 | 1,9 | Lênticos |
microclaviformis | Piriforme-abaulada | Largo e redondo | ~200 | 2,1-2,3 | Lênticos |
nodosa | Piriforme-abaulada; comprimida | 1 a 4 cornos curtos | >200 | 1,6 | Rizosfera-lóticos |
oranensis | Cilindriforme, breve colar | Curto | ~100 | 2,7 | Lticos |
scalpellum | Cilindriforme | Apontado, torto | >150 | 3,9-4,5 | Lóticos e lênticos |
sinuata | Oviforme-larga | Tubular fino | >150 | 1,7-2,0 | Musgos e “wetlands” |
sinuata gigas | Oviforme-larga | Tubular fino | >300 | 1,9 | Lóticos |
umbilicata | Oviforme-alongada | Curto e largo, apical | >200 | 2,5-3,1 | Lêntico-“wetland” |
sp 9 | Piriforme-larga, corno curto, com pescoço | Curto e apical | 80-100 | 1,2-1,4 | Lêntico-“wetland” |
sp 10 | Piriforme-larga, corno curto, transparente | Curto e apical | ~60 | 1,2-1,5 | Lêntico-“wetland” |
sp 12 | Oviforme-larga, rugosa | Curtos ou ausentes | >200 | 1,3-1,6 | Rizosfera-lótico |
sp 19 | Forma de uma folha, Comprimida | Saliência | <100 | 1,5-2,1 | Lóticos |
Difflugia – formas –Lobadas e com Colar
Táxons | FORMA TECA | COMPR.( µ ) | Razão C/L | ABERTURA | AMBIENTE |
brevicolla | Globular com colar | >100 | 1,0 | Circular | Lêntico |
chaquensis | Globular-oviforme | >100 | 1,2-1,4 | 5-6 lobos rasos | Lêntico |
papillomata | Oviforme, colar alto e dobrado | ~100 | 1,3-1,4 | Circular com 3-5 lobos | Lêntico |
stellastoma | Globular | 80-100 | 1,0-1,1 | 3-4 lobos (estrela) | Lêntico |
urceolata | Globular com colar dobrado | 300-500 | 1,1-1,2 | Circular | Aquático |
urceolata lageniformis | Oviforme, colar alto e dobrado | 200-300 | 1,2-1,4 | Circular | Lêntico |
urceolata minor | Globular com colar dobrado | 100-150 | 1,2-1,4 | Circular | Aquático |
urceolata sphaerica | Globular com colar dobrado | >300 | 1,0 | Circular | Aquático |
sp 17 | Piriforme, PS com borda e lobos | ~100 | 1,7 | 4 ou + lobos | “wetlands” |
sp 23 | Piriforme, PS com borda | ~90 | 1,7 | Circular com partículas | Aquático |
Difflugia – formas – Ovais e Globulares
Táxons | FORMA TECA/SUPERFÍCIE | COMPR.( µ ) | Razão C/L | ABERTURA | AMBIENTE |
ampla | Oviforme-larga, pouco rugosa | >200 | 1,3 | Circular, | Serrapilheira |
angulostoma | Globular, com material aderido | <100 | 1,0-1,1 | Circular, sem lábio | Lênticos; Musgos muito úmidos |
avellana | Oviforme-longa, comprimida | >100 | 1,8 | Circular ou oval | Lóticos |
globulosa | Globular ou hemisférica | 90-120 | 1,0-1,2 | Circular | Lênticos |
humilis | Oviforme, Piriforme, irregular | <60 | 1,8-2,1 | Circular, sem lábio | Lóticos |
lebes | Globular, grandes dimensões | >300 | 1,0-1,1 | Circular, sem lábio | Lênticos |
lebes masurica | Menor que a espécie tipo | <200 | 1,0-1,4 | Circular, sem lábio | Aquático |
lingula regularis | Oviforme, comprimida, lisa | 150-200 | 2,0 | Oval, sem lábio | Lóticos |
manicata | Oviforme-alongada | 70-90 | 1,5-1,8 | Circular, pequeno | Lóticos |
masaruzii | Oviforme; lisa | ~50 | 1,2 | Circular, com lábio | Lóticos |
mica | Oviforme-globular, lisa | 70-90 | 1,5-1,7 | Circular, sem lábio | Aquático |
microstoma | Oviforme-globular, lisa | 75-90 | 1,2-1,3 | Circular-irregular | Aquático |
minuta | Globular, rugosa | 60-80 | 1,0-1,1 | Circular, com lábio | Aquático |
molesta | Oviforme ou cilindriforme, lisa | ~100 | 1,4-1,8 | Circular, sem lábio | Aquático |
penardi | Oviforme ou cilindriforme, lisa | <100 | 1,8-2,0 | Circular, sem lábio | Aquático |
pristis | Oviforme, lisa ou rugosa | <60 | 1,5-1,8 | Circular, sem lábio | Aquático |
symoensi | Globular, hemisférica, rugosa | ~100 | 1,1-1,2 | Circular, sem lábio | Aquático |
sp 14 | Oviforme, lisa | 50-80 | 1,7 | Circular | Musgos-Lótico |
sp 22 | Oviforme, rugosa | >100 | 1,4 | Circular, breve colar | Lótico |
Difflugia – formas – Piriformes e Cilindriformes
Táxons | FORMA TECA/SUPERFÍCIE | COMPR.( µ ) | Razão C/L | ABERTURA | AMBIENTE |
bacillifera | Com pescoço, rugosa | 100-200 | 2,0-3,0 | Circular, sem lábio | Aquático |
bryophila | Piriforme, rugosa | 80-150 | 1,8-2,2 | Circular, sem lábio | Lêntico |
capreolata | Estreitamento no pescoço | 200-500 | 1,5-1,8 | Circular, sem lábio | Lêntico |
cylindrus | Cilindriforme, rugosa e escura | ~200 | >2,0 | Circular, sem lábio | Aquático |
fallax | Cilindriforme, pouco rugosa | <100 | 1,9-2,3 | Circular, sem lábio | Lótico-musgos |
gigantea | Piriforme, lisa ou rugosa | >200 | 1,7-2,7 | Circular | Aquático |
lacustris | Cilindriforme, lisa ou rugosa | >140 | 2,2-2,5 | Circular, sem lábio | Lótico e serrapilheira |
lata | Cilindriforme, rugosa | ~140 | 1,6 | Circular, irregular | Lótico |
linearis | Cilindriforme, lisa ou rugosa | >80 | 2,7-3,3 | Circular, sem lábio | Rizosfera-lótico |
opulenta | Cilindriforme, superfície lisa | >100 | 1,8-1,9 | Oval, sem lábio | Aquático |
parva | Piriforme, rugosa | >170 | 1,9-2,2 | Circular, sem lábio | Aquático |
pecac | Cilindriforme, comprimida, lisa | 60-80 | 1,8 | Oval, irregular | Lótico |
petricola | Pescoço curto, muito rugosa | 100-200 | 1,4-2,0 | Circular, sem lábio | Lótico |
pyriformis | Opaca, lisa ou rugosa | >120 | 1,5-1,7 | Circular, sem lábio | Aquático |
tenuis | Piriforme, rugosa | <100 | 1,6-1,9 | Circular, sem lábio | Lótico |
tracta | Cilindriforme, lisa | 200 | 2,9-3,4 | Circular, sem lábio | Lêntico-margem |
sp 1 | Cilindriforme, pouco rugosa | 130-200 | 1,7-1,9 | Circular | Aquático |
sp 7 | Cilindriforme, lisa | 80-100 | 1,8-2,2 | Circular, irregular | Musgos |
sp 11 | Cilindriforme, lisa | 67-100 | 1,8-2,3 | Circular, sem lábio | Aquático |
sp 13 | Cilindriforme, rugosa | 80-100 | 1,8 | Circular, pedras peqs | Lótico |
sp 15 | Piriforme, comprimida e rugosa | ~75 | 1,6-2,3 | Oval, sem lábio | Musgos muito úmidos |
sp 18 | Cilindriforme e rugosa | 140-220 | 1,9-2,5 | Circular, sem lábio | Lótico |
sp 20 | Cilindriforme, diatomáceas aderidas | <100 | 2,0-2,6 | Circular, sem lábio | Rizosfera-Lêntico |
sp 21 | Cilindriforme, extremidades afinadas | ~100 | 2,2-3,2 | Circular, breve pescoço | Plâncton-lótico |
Gênero Diplochlamys Greeff, 1888
Esse gênero é muito comum em musgos secos e úmidos de cascas de árvores. Entretanto, a composição da teca – que recobre uma parte rígida e transparente – se apresenta um tanto disforme, formada por pequenas esferas frouxamente aderidas, além dos detritos, que normalmente estão incorporados. Esses aspectos, muitas vezes dificultam na identificação e também no registro das medidas.
Os espécimes observados provavelmente são as espécies descritas por Penard em 1909
Gênero: Elliopsopyxis Bonnet, 1965
Este é um gênero pouco comum e raramente citado. Somente um espécime de cada táxon foi registrado e suspeita-se de “tecas deformadas” de outros gêneros produzirem erros nas determinações feitas. Há, portanto, necessidade de um maior número de registros para a confirmação desse táxon. A coleta foi realizada em ambientes distintos: musgos secos de rochas e entre a vegetação nas margens de córregos. Bonnet cita a ocorrência das espécies para solos de savanas e de matas de galerias, em ambientes tropicais. Em musgos, ainda não há citações.
Táxons | TECA | Comprimento (em µ) | AMBIENTE |
lamotei-cf | Revestimento de pedras de vários tamanhos | ~100 | Musgos-rochas |
sp1 | Revestimento de pedras de vários tamanhos | >150 | Lótico |
Gênero Galeripora González-Miguéns, Soler-Zamora, Villar-dePablo, Todorov & Lara, 2021
Esse novo gênero foi criado, como resultado de estudos genéticos (DNA), morfológicos e ecológicos de espécimes de Arcella que possuem “poros” circundando o Pseudostoma. Os autores descreveram 6 (seis) novas espécies desse gênero e “realocaram” 5 (cinco) já existentes: G. arenaria, G. bathysthoma, G. catinus, G. discoides e G. polypora.
Táxons | TECA- Vista Lateral | Diâmetro (em µ) e Razão PS/D | AMBIENTE |
arenaria | Pequenas ondulações no dorso | ~80- 0,18 | Musgos e Serrapilheira |
catinus | Dobras no dorso | ~100 – 0,20 | Musgos muito úmidos e Aquático |
dentata | Contorno com projeções apontadas | ~100 – Circular | Lótico e Lêntico |
discoides | Como um “prato” ou “calota” | ~100 – 0,4 | Lótico e Lêntico |
megastoma | Como um “prato” ou “calota” | >180 – 0,5 | Lêntico |
oblonga | Oval ou retangular baixa, como um “prato” | <100 | Lótico e Lêntico |
rota | Com pequenas projeções dentiformes | >150 | Lêntico e “Wetlands” |
sp 1 | Como um “prato” e levemente abaulada no topo | ~140 – 0,30 | Lótico e Lêntico |
sp 2 | Como um “prato” ou “calota” | 50-70 – 0,33 | Lêntico |
Gênero: Gibbocarina Kosakyan, Lahr, Mulot, Meisterfeld, Mitchell e Lara, 2016
Este é um gênero criado recentemente, empregando as técnicas moleculares, que abriga as seguintes espécies que pertenciam ao gênero Nebela: G. galeata, G. gracilis e G. orbicularis, Mais dois táxons foram registrados que são prováveis espécies novas, por apresentar aspectos morfológicos distintos das demais.
Táxons | Corpo | Comprimento (em µ) | Razão C/L | AMBIENTE |
galeata | Piriforme, com pescoço como funil | Médio = 190 | 1,6-1,9 | Aquático |
gracilis | Piriforme, menor e estreita | Médio <150 | 2,0-2,2 | Aquático |
sp 1 | Piriforme, com abertura mais larga | Médio=170 | 1,6-1,9 | Aquático |
sp 2 | Piriforme mais alargada, com abertura mais larga | Médio=180 | 1,2-1,6 | Aquático |
Gênero: Golemanskia González-Miguéns, R., Todorov, M., Blandenier, Q., Duckert, C., Porfirio-Sousa, A.L.,
Ribeiro, G.M., Ramos, D., Lahr, D.J.G., Buckley, D., Lara, E.,
Este é um gênero criado recentemente, empregando as técnicas moleculares distinguindo Difflugia viscidula Penard, 1902 para esse novo táxon.
Táxons | Corpo | Comprimento (em µ) | Razão C/L | AMBIENTE |
viscidula | Cilindriforme | >150 | 1,5-1,7 | Musgos-lótico |
Heleopera Leidy 1879
Dentre os táxons encontrados: H. petricola e H. sylvatica são muito frequentes nos musgos e ambientes aquáticos. Recentemente – Porfirio-Sousa et al., 2023 – reposicionaram Difflugia lucida Penard, 1890 para o gênero Heleopera, após estudos moleculares: essa é uma espécie muito comum em ambientes terrestres.
Gênero: Heleopera
Táxons | CORPO | TAMANHO | RAZÃO C/L | AMBIENTE | |
lucida | Cilindriforme, comprimida, rugosa | <100 | 1,9 | Oval, irregular | Musgo |
petricola | Oviforme | 80-180 | 1,3-1,8 | Aquático, musgos | |
retangularis | Cilindriforme; PS pouco convexo | 70-90 | 1,8 | Lótico; Musgos; Serrapilheira | |
sphagni | Oviforme-alargada | ~100 | 1,4 | Musgos; “Wetland” | |
sylvatica | Oviforme | 50-80 | 1,5-1,6 | Musgos; Serrapilheira | |
sp 2 | Cilindriforme; PS muito arqueado | 60-80 | 1,8-2,0 | Musgos; Líquens | |
sp 3 | Oviforme alargada | 40-60 | 1,2-1,4 | Musgos; Serrapilheira | |
sp 4 | Oviforme; PS menor | 50-100 | 1,5-1,7 | Musgos; Serrapilheira | |
sp 5 | Oviforme-alargada; PS maior | ~100 | 1,2-1,4 | Musgos; Serrapilheira |
Gênero: Hoogenraadia Gauthier-Lievre &Thomas 1958
Duas espécies foram identificadas em ambientes lóticos: Na rizosfera e em musgos nas rochas das margens e no plâncton.
Táxons | CORPO | TAMANHO | Razão C/L | AMBIENTE |
africana | Oviforme com “breve” pescoço no capuz | >100 | 1,7-1,9 | Serrapilheira |
cryptostoma | Oviforme-alargado | >100 | 1,2-1,3 | Lótico |
ovata | Oviforme | 60-70 | 1,6-1,7 | Musgos na margem: Lótico |
Para alguns táxons dessa família não foram encontrados as descrições para os respectivos gêneros e espécies, depois das revisões feitas por Kosakyan et al a partir de 2011, por meio de descritores moleculares. São prováveis gêneros/espécies novas que necessitam de investigações baseadas em marcadores genéticos para determinar sua colocação taxonômica.
Hyalospheniidae g. sp1
Gênero Lagenodifflugia Ogden, 1987
Lagendodifflugia, assim como Pontigulasia e Zivkovicia, são táxons descritos por Ogden a partir da observação das estruturas internas da teca, onde está formado um diafragma perfurado com 1 a 3 oríficios, que distinguem esses gêneros. Para L.vas e L. sp1, mesmo sem visualizar o diafragma, as estruturas externas observadas podem confirmar esses taxa.
Gênero: Lagenodifflugia
Táxons | CORPO | TAMANHO | Razão C/L | AMBIENTE |
bryophila | Cilindriforme | 150 | 2,3 | Musgos-lótico |
sphaeroides-cf. | Piriforme | ~200 | 1,6 | Lêntico |
vas | Piriforme, pescoço distinto | ~400 | 1,5 | Lêntico |
Gênero: Lesquereusia Schlumberger (1845)
Esse é um gênero que não possui estudos taxonômicos mais atuais e poucos artigos foram publicados com descrições de espécies. A revisão mais completa é de 1959, publicada por Thomas & Gauthier-Lièvre, onde os autores descrevem novas espécies encontradas na África. Dentre todos os táxons encontrados, durante minhas coletas no Brasil, a maior parte foi descrita para o continente Africano e ocorreu em ambientes lênticos, habitat preferencial desse gênero. Mas algumas espécies como L. mimetica, L. modesta, L. spiralis e outras ainda sem identificação, podem ocorrer nos musgos ou na rizosfera de plantas dos ambientes lóticos.
Gênero: Lesquereusia
Táxons | CORPO | COMPR. (µ) | PESCOÇO | REVESTIMENTO |
extranea | dobra entre pescoço/corpo | >100 | longo | espículas |
gibbosa | depressão no final do pescoço | >100 | curto | espículas |
globulosa | globular | ~200 | curto e largo | variado |
globulosa var. 1 | globular com pequeno corno apical | ~200 | curto e largo | variado |
mimetica | oval-comprimida | >400 | ausente | pedregoso |
modesta | opaco | 100-200 | curto | pedregoso |
modesta caudata | corno apical-excêntrico apontado | 100-200 | curto | pedregoso |
modesta minor | translúcido | <100 | curto | xenossomas + idiossomas |
modesta mucronata | corno cilíndrico e central | >120 | curto | pedregoso |
modesta truncata | mais globular e opaco | 100-200 | ausente | pedregoso |
ovalis cornuta | corno apical apontado | ~100 | ausente | espículas |
parva | oval-comprimida | <200 | breve colar | pedregoso |
spiralis | mais globular | 100-150 | curto e largo | espículas curvas |
spiralis arcuata | tamanho menor | 100-150 | curto | espículas curvas |
spiralis caudata | corno apical apontado | 100-150 | curto | espículas curvas |
spiralis hirsuta | superfície com espículas salientes | 100-150 | curto | espículas curvas |
spiralis v.1 | corno afilado na direção-pescoço | 100-150 | curto | espículas curvas |
sp 1 | globular, pequena | <100 | curto | xenossomas (não espiculas) |
sp 2 | globular, maior | >100 | muito curto | espiculas finas retas e curvas |
sp 4 | larga e comprimido, corno apical curto | 100-150 | ausente | pedregoso |
sp 5 | translúcido, delicado | <100 | longo e largo | espículas finas |
sp 7 | globular, pequeno | <100 | longo e estreito | espículas curvas |
sp 8 | larga, delicado, fino | <100 | ausente | xenossomas (não espiculas) |
sp 9 | comprimido, delicado, fino | <100 | curto | xenossomas (não espiculas) |
Gênero: Longinebela (Nebela) Kosakyan et al., 2016
De acordo com Kosakyan et al., 2016 as espécies de Nebela com a teca mais alongada formam o gênero Longinebela. Apenas 1 espécie e 2 subespécies foram identificadas, sendo L. penardiana minor a mais comum, ocorrendo em vários biótopos do Brasil.
Gênero: Longinebela (Lembrete: Teca Comprimida)
Táxons | CORPO | TAMANHO | Razão C/L | AMBIENTE |
penardiana | Piriforme | ~150 | 1,8-2,2 | Lótico |
p. elongata | Cilindriforme | 100-130 | 2,6-2,9 | Lótico e musgos |
p. minor | Piriforme | 70-100 | 1,7-2,2 | Lótico e musgos |
Gênero: Microchlamys Cockerell, 1911
Os espécimes desse gênero são muito frágeis, translúcidos e discretos, que podem nem ser percebidos. Um táxon ainda sem identificação. Podem ocorrer em ambientes terrestres e aquáticos.
Gênero: Microcorycia Cockerell, 1911
As 3 (três) espécies, que confirmei até o momento, ocorreram em musgos secos ou pouco úmidos que crescem em troncos e galhos de árvores. Na serrapilheira encontrei espécimes que não achei descrições dos taxonomistas.
Gênero Microquadrula Golemansky, 1968
Esse gênero tem ocorrência rara e o autor encontrou a espécie M. musciphila em musgos de rochas na “entrada” de caverna em Cuba.
Mrabella subcarinata (Quadrulella subcarinata) Gautier-Lièvre, 1957) Kosakyan et al, 2016
Apenas 1 (uma) espécie de ocorrência rara.
Gênero: Nebela (Leidy, 1874) sensu Kosakyan et al., 2016
Somente após estudos moleculares (Kosakyan et al) foram “separados” vários outros gêneros que antes estavam abrigados em Nebela. As espécies desse gênero são mais comuns em musgos e alguns táxons encontrados não corresponderam às espécies descritas pelos taxonomistas.
Táxons | CORPO | TAMANHO | Razão C/L | AMBIENTE |
barbata | Piriforme com pescoço e espinhos finos | 70-150 | 1,7-3,0 | Aquático, musgos |
collaris | Oviforme, PS reto ou ligeiramente convexo | 100-150 | 1,3-1,6 | Musgos; Serrapilheira; |
guttata | Oviforme, breve pescoço, PS rígido | <100 | 1,4-1,5 | Musgos |
minor | Oviforme, PS arqueado | ~100 | 1,4-1,5 | Musgos, Serrapilheira |
pechorensis | Oviforme-larga, breve pescoço, PS reto | ~80 | 1,2-1,4 | Musgos |
sp 1 | Oviforme, PS reto | ~100 | 1,5-1,7 | Musgos, Aquático, Serrapilheira |
sp 3 | Piriforme, PS arqueado | ~100 | 1,8-2,0 | Musgos úmidos-rochas |
sp 4 | Oviforme, PS reto | 98-180 (129) | 1,7-2,0 | Serrapilheira; Rizosfera; Musgos |
sp 5 | Oviforme-estreita, PS arqueado | 80-120 (106) | 1,8-2,1 | Rizosfera-Aquático |
Gênero: Netzelia Ogden, 1979
Esse gênero foi criado por Ogden, 1979 ao distinguir algumas espécies de Difflugia ( oviformis, tuberculata e wailesi) que possueam idiossomas (na forma de nariz) misturados aos xenossomas da teca, ou mesmo formando toda a carapaça. Posteriormente, estudos moleculares efetuados por Gomaa et al., 2017, no entanto, evidenciaram que outras espécies “lobadas” pertenciam ao grupo Netzelia – Difflugia achlora, corona, gramen, dentre outras. Diante dessas evidências, foram incluídas dentre as prováveis espécies de Difflugia (lobadas e com idiossomas em forma de nariz), que deverão pertencer ao gênero Netzelia, à saber: danubialis, litophila, lobostoma, lobostoma multilobata e muriformis. Além de outros morfo-tipos encontrados e não correlacionados com as espécies já descritas.
Gênero: Netzelia
Táxons | FORMA TECA | COMPR.( µ ) | Razão C/L | ABERTURA | AMBIENTE |
achlora | Oviforme ou Globular, pouco rugosa | 60-90 | 1,2-1,5 | Colar reto, 3-lobos | Lênticos |
corona | Globular, mamilomada ou não, com ou sem cornos | média=100 | 0,9-1,4 | Colar crenulado – Nº variável de lobos | Aquático |
danubialis | Oviforme-larga, lisa, com 2-4 cornos | >100 | 1,4-1,6 | Colar crenulado, Nº variável de lobos | Lóticos e Lênticos |
gramen | Oviforme ou Globular, pouco rugosa | 60-100 | 1,1-1,4 | Colar 3-4 lobos | Aquático |
labeosa-cf | Globular, lisa, com colar | 75-93 | 1,4-1,6 | Colar reto-PS circular | Lênticos |
lithophila | Oviforme com estreito colar, lisa | >80 | 1,2-1,3 | Colar, circular ou irregular | Lênticos |
lobostoma | Globular, lisa | 90-150 | 1,0-1,2 | Colar-3 ou 4-lobado | Lênticos |
lobostoma multilobata | Globular, lisa | 90-200 | 1,0-1,4 | Colar-5-8-lobado | Lênticos |
muriformis | Globular, mamilomada | 100-120 | 1,0-1,2 | Colar breve-3-lobos | Aquátiico |
oviformis | Oviforme, lisa | 60-90 | 1,3-1,6 | Lábio-3-4 lobado | Aquátiico |
tuberculata | Globular, mamilomada | >120 | 1,2 | Colar reto-4-7 lobos | Aquátiico |
wailesi | Oviforme, lisa | ~80 | 1,2-1,4 | Lábio com dentes rasos | Lênticos |
sp 1 | Oviforme ou Piriforme, rugosa | ~100 | 1,5,-1,9 | Lábio com dentes rasos | Aquático |
sp 2 | Oviforme, com colar | 75 | 1,8-1,9 | Colar reto, PS circular | Lênticos |
sp 3 | Oviforme, lisa | 70-90 | 1,5-1,7 | Sem colar, circular-irregular | Lênticos |
sp 4 | Oviforme, com corno no fundo | >100 | 1,6 | Com colar, lobado (4) | Lênticos |
sp 5 | Oviforme, lisa, 1-3 cornos | 75-90 | 1,2-1,4 | Colar reto-3 lobos | Lênticos |
sp 6 | Oviforme, com colar | 70-95 | 1,3-1,7 | PS com dentículos | Lênticos |
sp 7 | Globular, com colar | ~80 | 1,0-1,2 | PS pequeno, 3-lobos | Lênticos |
sp 8 | Oviforme-estreita, sem colar | <80 | 1,6-1,8 | PS com 3-lobos | Lênticos |
sp 9 | Oviforme-estreita, sem colar | 140-180 | 1,6-1,8 | PS com dentículos (serreada) | Lóticos; musgos; serrapilheira |
sp 11 | Globular, sem colar | <70 | 1,0-1,3 | PS trilobado | Lêntico |
Gênero Padaungiella Lara & Todorov, 2012
Esse gênero foi criado para distinguir as espécies de Nebela com pescoço desenvolvido e somente P. tubulata foi confirmada. Os demais espécimes encontrados apresentaram medidas distintas das publicadas até o momento.
Táxons | CORPO | TAMANHO | Razão C/L | AMBIENTE |
langeniformis-cf.-Pescoço longo | Piriforme com pescoço longo | ~100 | 1,7-2,1 | Aquático |
langeniformis-cf.-Pescoço curto | Piriforme com pescoço curto | 85-130 | 1,6-2,0 | Musgos e Serrapilheira |
nebeloides | Piriforme com pescoço longo | >100 | 2,1-2,4 | Aquático; Musgos |
tubulata | Piriforme com pescoço longo | 55-75 | 2,1-2,6 | Aquático; Serrpiilheira |
sp 1 | Piriforme com pescoço curto | 60-70 | 1,9-2,1 | Musgos e Serrpiilheira |
Gênero Paraquadrula (Archer, 1877) Deflandre, 1932
Esse gênero tem ocorrência rara e pode não ser percebido pelo seu pequeno tamanho e transparência da teca. Suas placas podem ser quadradas ou retangulares e são de calcita, sendo portanto, de ocorrência associada aos ambientes com disponibilidade desse composto..
.
Gênero: Phryganella Penard, 1902
Os táxons reportados para Phryganella foram coletados em ambientes aquáticos, exceção para P. hemisphaerica, que ocorre em musgos e serrapilheira.
Gênero: Phryganella
Táxons | TECA | DIÂMETRO (em µ) | AMBIENTE |
acropodia | Transparente, normalmente com frustúlas aderidas | >30 | Aquático |
dissimulatoris | Com excesso de elementos salientes | <30 | Aquático |
hemisphaerica | Revestimento variado, elementos salientes | >30 | Musgos e Serrapileira |
nidulus | Revestimento de pedras de vários tamanhos | >140 | Lótico |
paradoxa | Oviforme com abertura grande | <40 | Musgos úmidos |
sp1 | Translúcida, com frustúlas | 60-90 | Aquático |
Gênero: Physochila Jung, 1942
Esse é um gênero raro e poucas citações para o Brasil. Encontrei os espécimes em ambientes aquáticos e somente P. griseola foi coletada também em musgos muito úmidos
Gênero: Plagiopyxis Penard, 1910
Esse é um gênero presente em vários tipos de amostras, sendo comum em musgos secos e úmidos, na serrapilheira, solos e ambientes aquáticos. A taxonomia é dificultada pelo aspecto da abertura da teca “encoberta”, como uma viseira. Grande parte das espécies foi descrita por L. Bonnet que estudou tecamebas dos solos, habitat preferencial do gênero.
Táxons | TECA | COMPRIMENTO/ALTURA (em µ) | PS | AMBIENTE |
angularis | oviforme, clara e transparente | <60/<35 | Invisível | Lótico, musgos, serrapilheira |
callida | circular, material variado, grosseiro | >75/>45 | Invisível | Lótico e serrapilheira |
declivis | circular, placas planas | <75/<50 | Arqueado, Invisível | Musgos e Serrapilheira |
declivis longula | oviforme, translúcida | ~100/~50 | Arqueado, invisível | Musgos-calcário |
intermedia | circular ou oviforme, translúcida | <60/<30 | Invisível com acúmulo de material | Lótico; Musgos e Serrapilheira |
labiata | circular, deprimida, fosca e marrom | ~60/18 | Visível e reniforme | Musgos de rochas; serrapilheira |
lithophora | oval, alta em vista lateral | ~200/150 | Reniforme, com projeção-dente | Musgos de árvores; serrapilheira |
minuta | circular, semi-circular, transparente | ~50/22 | Invisível e irregular | Rizosfera-lóticos |
navicula (= Bull.navicula) | oval, deprimida, transparente | ~80-100/30-40 | Visível e reniforme | Musgos e Serrapilheira |
penardi | circular, depressão na região oral | ~70/ 1/2 D | Viseira linear | Lótico, Musgos e Serrapilheira |
oblonga | oval, depressão na região oral | ~65/ 1/2 D | Viseira em Arco | Lótico, Musgos e Serrapilheira |
sp 1 | circular ou oviforme | <60/<35 | “retangular” | Musgos e Serrapilheira |
sp 2 | circular | >100/>50 | Aba sobre Abertura | Musgos-Amb. aquático |
Gênero: Planhoogenraadia Bonnet, 1977
Esse gênero foi criado para abrigar as espécies de Hoogenraadia que possuem a face ventral reta e o dorso abaulado. São comuns em solos de florestas,.
Gênero Pontigulasia Ogden, 1987
Pontigulasia, assim como Lagendodifflugia e Zivkovicia, são táxons descritos por Ogden a partir da observação das estruturas internas da teca, onde está formado um diafragma perfurado com 1 a 3 oríficios, que distinguem esses gêneros. Para as espécies apresentadas, mesmo sem visualizar o diafragma, as estruturas externas observadas podem confirmar esses taxa.
Táxons | TECA | COMPRIMENTO (em µ) | Razão C/L | AMBIENTE |
elisa | Piriforme, pescoço longo-estreito | >120 | 1,8-2,0 | Rizosfera-aquático |
montana | Piriforme-larga pescoço largo-curto | <130 | 1,4 | Aquático |
rhumbleri-cf. | Oviforme-larga, pescoço curto | >250 | 1,3 | Aquático |
sp 1 | Piriforme-cilindriforme | ~200 | 2,4 | Rizosfera-aquático |
Gênero Protocucurbitella Gauthier-Lièvre & Thomas, 1960
Para esse gênero foram descritas uma espécie e uma variedade. São comuns em lagoas rasas e podem atingir maiores dimensões.
Gênero: Pseudonebela Gauthier-Lièvre, 1953
Dentre as 3 (três) espécies descritas até o momento, 2 foram encontradas: P. africana a de ocorrência mais comum e P. rubescens, mais rara.
Gênero: Pyxidicula Ehrenberg, 1838
Dentre os 3 táxons identificados, P. cymbalum é o mais comumente encontrado, em ambientes lênticos ou semi-lóticos entre a vegetação aquática.
Gênero: Pyxidicula
Táxons | TECA | DIÂMETRO (em µ) | AMBIENTE |
cymbalum | Como um prato, frágil | 60-100 | Aquático |
operculata-cf. | Hemisférica | ~50 | Lótico |
invisitata-cf | Como um prato, borda oca | ~30 | Serrapilheira |
sp 1 | Como um chapéu com aba fina | ~100 | Musgos-Ambiente lótico |
Gênero: Quadrulella (Cockerell 1909) sensu Kosakyan et al. 2016
Quadrulella é comumente encontrada no Brasil e ocorre em vários tipos de habitat, que não sejam secos. O “habitat” preferencial desse gênero foi entre os musgos úmidos/muito úmidos e em ambientes lóticos. A espécie Q. madibai mostrou a mais ampla distribuição, pois foi coletada em ambientes lóticos, áreas alagáveis, entre musgos e na serrapilheira.
Táxons | CORPO | COMPRIMENTO | PLACAS | RAZÃO C/L | AMBIENTE |
alata | Piriforme-presença de quilha | 90-120 | Pequenas e médias, Regulares | 1,8-2,0 | lêntico, lóticos e “wetlands” |
camerounensis | Lageniforme, corpo abaulado e pescoço longo e comprimido | ~100 | Grandes, Regulares | 1,9 | lêntico |
elegans | Alongada com poro e saliências laterais | ~100 | Pequenas , Regulares | 2,0-2,4 | Musgos, Rizosfera de ambientes aquáticos;”wetlands” |
elegans var. nova? | Cilindríca com poro e saliências laterais | ~100 | Pequenas , Regulares | 2,7-2,9 | lótico |
longicollis-cf. | Piriforme-alongada | 120-180 | Pequenas, Regulares | 1,8-2,3 | aquático; “wetlands” |
madibai | Piriforme-alongada | <100 | Variado, Regular | 2,1-2,5 | lótico, musgos, “wetlands” e serrapilheira |
quadrigera | Oviforme-larga ou Forma de “balão” | >100 | Médias< Regular | 1,4-1,7 | lótico, “wetlands” e musgos |
quadrigera v. africana | Piriforme | ~100 | Pequenas com outras formas | 1,8-2,0 | musgos de árvores |
scutellata | Piriforme | >100 | Pequenas com outras formas | 1,3 | “wetlands” |
symmetrica | Oviforme – estreita | 75-90 | Grandes, Regulares | 1,7-2,1 | musgos |
symmetrica curvata | Alongada com pescoço inclinado | ~100 | Pequenas, Regulares | 2,2-2,6 | lótico, “wetlands” |
tropica | Piriforme com pescoço curto | <100 | Pequenas, Regulares | 1,6-1,7 | musgos, serrapilheira |
tubulata | Lageniforme, pescoço longo | <100 | Médias, grandes, Irregulares | 1,6-2,3 | lótico |
variabilis | Oviforme, Piriforme, com ou sem pescoço | <100 | Pequenas e médias, Irregulares | 1,7-1,9 | musgos em cachoeiras |
sp 1 | Oviforme | ~60 | Pequenas, Irregulares | 1,3-1,4 | musgos |
sp 2 | Oviforme-alargada | 60-80 | Médias, Irregulares | 1,5 | musgos |
sp 3 | Oviforme-alargada | >90 | Grandes, regulares | 1,4-1,6 | serrapilheira |
sp 4 | Oviforme-estreita | ~100 | Grandes, regulares | 1,6-2,0 | musgos e serrapilheira |
sp 5 | Oviforme-estreita | ~100 | Pequenas, regulares | 1,7-1,9 | musgos de cachoeiras |
Schoenbornia Decloitre 1964
As conchas desse gênero são delicadas e finas, lembrando uma DIfflugia com paredes transparentes ou mesmo uma Nebela. Sua ocorrência é rara em número, mas é frequente em ambientes aquáticos preservados. As espécies descritas até o momento, possuem pequenas dimensões (C<50µ), mas tenho registrado aqui no Brasil tecas com o Comprimento acima dos valores publicados.
Gênero: Suiadifflugia Green, 1975
Gênero de espécie única, que até o momento tem distribuição restrita à América do Sul. Em 1970, W. Dioni cita esse táxon para Argentina como Cucurbitella microstoma e Vucetich, 1973 retifica como Protocucurbitella microstoma.
Gênero Trigonopyxis Penard, 1912
A espécie T. arcula é muito frequente em vários biótopos e pode ser confundida com Cyclopyxis, mas é distinta pelo anel orgânico contornando a abertura (que apresenta muitas formas).
Gênero: Trigonopyxis
Táxons | CORPO | DIÂMETRO | AMBIENTE |
arcula | Hemisférico: Abertura grande, triangular ou angular | 90-130 | Aquático, musgos e serrapilheira |
arcula major | Como a espécie-tipo, com maiores dimensões | >140 | Serrapilheira |
microstoma | Hemisférico; Abertura pequena e circular, invaginada | ~100 | Musgos em rochas |
minuta | Hemisférico: Abertura grande, triangular ou angular | 60-90 | Musgos e Serrapilheira |
Gênero Zivkovicia Ogden, 1987
Zivkovicia, assim como Lagendodifflugia e Pontigulasia, são táxons descritos por Ogden a partir da observação das estruturas internas da teca, onde está formado um diafragma perfurado com 1 a 3 aberturas, que distingue esses gêneros. Para Zivcovicia, mesmo sem visualizar o diafragma, as estruturas externas observadas (por transparência) confirmaram esse táxon.
Táxons Não Identificados – Incerta Sedis
A seguir estão apresentados 4 (quatro) táxons que possuem características morfológicas semelhantes aos gêneros Padaungiella e Argynnia, mas não o suficientes para determinar sua posição taxonômica. Podem, portanto, representar novos gêneros e espécies ou sub-espécies, após estudos mais aprofundados, notadamente relativos à Filogenia Molecular.
Cercozoa = 88 táxons (24 N.I. )
Filo Cercozoa Cavalier-Smith 2018
Os organismos desse Filo possuem os pseudópodos filosos ou filiformes (finos, longos e ramificados). Dentre esses, existem aqueles que secretam escamas ou placas siliciosas para formar suas tecas – Ordem Euglyphida – e também aqueles que produzem conchas orgânicas, isto é, as tecas são compostas de materiais orgânicos e às vezes detritos coletados no ambiente – Ordem Tectofilosida.
Gênero Assulina Greef, 1888
Tres espécies foram identificadas A. collaris, A. seminulum e A. muscorum, sendo essa última mais frequentemente encontrada em vários biótopos.
Gênero: Cyphoderia Schlumberger, 1845
Somente uma espécie desse gênero foi identificada, mas é um táxon de ocorrência muito comum em ambientes aquáticos, podendo ser coletada no plâncton, nas margens (entre raízes ou musgos) ou nos sedimentos.
Gênero Diaphoropodon Archer, 1869
Os organismos desse gênero (Grupo Thecofilosea) são comumente encontrados em ambientes aquáticos, mas são imperceptíveis se não observados em amostras “vivas”, quando pode-se observar os pseudópodos filosos ao se movimentarem. Após a fixação ( com a morte das amebas) as tecas ficam semelhantes a uma “massa de detritos”.
Diaphoropodon mobile Archer, 1869
Esse é um gênero que apresenta dificuldades na identificação específica, devido o alcance da microscopia de campo claro, tanto para a visualização das escamas do corpo quanto as orais. As fotos apresentadas, às vezes, não evidenciaram os detalhes das escamas e para vários táxons não foram encontrados correspondentes nas descrições taxonômicas.
Na medida do possível, agrupei as formas/tamanhos e aspectos da teca dentro das espécies descritas pelos taxonomistas e os espécimes que não se encaixaram foram elencados como sp1, sp2, etc. Observei alguns espécimes que apresentaram dimensões “extra-grande”, fato que não encontrei relatos na literatura, mas reportei da mesma maneira, inferindo que indivíduos “gigantes” surgem com um propósito nessas comunidades.
O gênero foi separado, assim como sugerido por Decloitre, 1962, em 2 Grupos (com algumas modificações), à saber :
Grupo 1: A maioria das espécies apresentam: 1) não comprimidas, mais robustas e com aberturas circulares; 2) Tipos de escamas do corpo: A =tipo “escutiformes” – presença de uma pequena protuberância na região central-superior superior (Figura I) ou B= circular ou oval; 3) Tipos de escamas orais: A =denteação “em tamanho decrescente” (Figura II) ou B= com 1 dentículo ou em formato de gota; 4) espinhos, quando ocorrem, são escamas modificadas. Nesse grupo predominam as espécies de hábitos aquáticos.
Fonte: Ogden, 1981
Figura: (I) Escamas “escutiformes” do corpo e (II) Denteação decrescente das escamas orais.
Na Tabela abaixo está representado o esquema utilizado para distinguir os sub-grupos do Grupo 1:
GRUPO | Escamas da Teca | Escamas da Abertura |
1A | tipo “escutiformes” | denticulação decrescente |
1B | circulares ou ovais | denticulação decrescente |
1C | circulares ou ovais | com 1 dentículo ou forma de gota |
Em 2001, W. Foissner & W. Schiller criaram o gênero Scutiglypha, para abrigar as espécies com escamas “escutiformes”, mas não adotei essa nomenclatura nesse trabalho.
No Grupo 2: As tecas são comprimidas, os espinhos, quando ocorrem, são mais finos e se projetam entre as escamas do corpo, pois não são escamas modificadas. A abertura (PS) normalmente é oval, mas pode ser circular e as escamas orais apresentam formas variadas. Nesse grupo predominam as espécies de hábitos terrestres (musgos, serrapilheira, solos, etc).
Grupo – 2 – A maioria dos táxons desse Grupo foi encontrada em musgos e serrapilheira, mas algumas espécies tais como: Euglypha compressa, E. filifera e E. polylepis são comumente encontrados em ambientes aquáticos. |
Euglypha ciliata Ehrenberg, 1848 |
Euglypha compressa Carter, 1864 |
Euglypha compressa f. glabra Cash, Wailes & Hopkinson, 1915 |
Euglypha cf. cuspidata Bonnet, 1959 |
Euglypha filifera Penard, 1890 |
Euglypha filifera var. cylindracea Olayfair, 1917 |
Euglypha filifera var. magna Van Oye, 1958 |
Euglypha filifera pyriformis Wailes, 1912 |
Euglypha filifera spinosa Wailes, 1912 |
Euglypha laevis (Ehrenberg, 1845) |
Euglypha polylepis (Bonnet, 1959) Bonnet & Thomas, 1960 |
Euglypha rotunda (Eherenberg, 1845) |
Euglypha strigosa (Ehrenberg, 1848) |
Euglypha strigosa f. glabra Wailes & Penard, 1911 |
Euglypha cf. strigosa f. heterospina Penard, 1890 |
Euglypha strigosa var. muscorum Wailes & Penard, 1911 |
Euglypha sp 10 |
Euglypha sp 11 |
Euglypha sp 12 |
Gênero: Heteroglypha Thomas & Gauthier-Lievre, 1959
Este é um gênero de espécie única, que não possui citações após sua descrição pelos autores.
Gênero: Pareuglypha Penard, 1902
Somente uma espécie desse gênero foi identificada, a qual não é de ocorrência comum e habita ambientes aquáticos rasos de águas claras.
Gênero: Placocista Leidy, 1879
Esse é um táxon que habita ambientes lênticos rasos.
Táxons | TECA | COMPR.( µ ) | AMBIENTE |
lens | Oviforme-alargada, quase circular | ~60 | lêntico |
ventricosa | Oviforme, presença de espinhos | ~50 | lêntico |
sp 1 | Oviforme, ausência de espinhos | ~50 | lêntico |
Gênero Playfairina Thomas, 1961
Dentre os táxons identificados, 3 não foram identificadas as espécies, pois não coincidiram com as descrições encontradas na literatura.
Gênero Pseudodifflugia Schlumberger, 1845
Este é mais um gênero do grupo Thecofilosea com a teca orgânica e rígida. Somente com a visualização dos filopódios é possível confirmar o gênero e não ser confundido. Há poucas descrições precisas para as espécies, possivelmente há muitos novos táxons.
Gênero Sphenoderia Schlumberger, 1845
Dentre os 5 (cinoo) táxons identificados – um ainda precisa de confirmação – e o habitat preferencial das espécies foi o ambiente aquático.
Táxons | CORPO e ABERTURA | TAMANHO | RAZÃO C/L | AMBIENTE |
australis | Oviforme, estreito colar, PS maior | ~60 | 1,7 | Lótico |
australis var. chardezi | Quase circular, estreito colar | 36-45 | 1,2-1,4 | Lótico |
lenta | Oviforme, estreito colar, PS menor | 40-50 | 1,4-1,5 | Aquático, serrapilheira |
macrolepis | Oviforme, com 2 placas grandes | ~30 | 1,3-1,5 | Musgos-turfa |
minuta- cf. | Oviforme, estreito colar | ~30 | 1,7 | Lótico;Musgos-turfa |
splendida | Oviforme, colar mais largo, PS menor | ~60 | 1,8 | Musgo |
Gênero Tracheleuglypha Deflandre, 1928
Os espécimes são pequenos e as placas redondas do corpo podem ser difíceis de visualizar. T. dentata é muito comum em lagoas rasas e quentes.
Táxons | TECA | Medidas: de C( µ ) e Razão C/L | AMBIENTE |
acolla | Oviforme | 39-43 e 2,0 | Musgos muito úmidos |
acolla f. stenostoma | Oviforme | 42 e 2,0 | Serrapilheira |
dentata | Oviforme, com membranas no PS | 44-60 e 2,0-2,1 | Aquático |
elongata | Cilindriforme, | 45-66 e 2,3-2,5 | Lêntico, Musgos, Rizosfera |
sp 1 | Oviforme-alargada, | 36-60 e 1,7-1,8 | Serrapilheira |
Gênero Trachelocorythion (Penard, 1890) Bonnet, 1979
Apenas uma espécie foi descrita, de pequeno tamanho, translúcida e frágil. Ocorrem nos musgos que se instalam em rochas/solos de águas correntes (cachoeiras e em pequenos “veios d’água”).
Táxons | TECA | Comprimento | AMBIENTE |
pulchellum | Oviforme | <35 | Musgos úmidos |
sp 1 | Cilindriforme | >40 | Aquático |
Gênero Trinema Dujardin, 1841
As espécies desse gênero são comuns e podem ser abundantes em todos os tipos de habitat: T. enchelys e T. lineare são as mais frequentes.
Táxons | TECA | COMPR.( µ ) | C/L | AMBIENTE |
cf. chardezi | Globular | 50×40 | 1,1-1,3 | serrapilheira |
complanatum | Oviforme-quadrangular | 35-60 | 1,5-1,6 | musgos muito úmidos |
complanatum v. aerophila | Oviforme-quadrangular | 40 | 1,4-1,4 | serrapilheira |
enchelys | Oviforme-alongada | 36-100 | 1,8-2,4 | aquáticos, musgos, serrapilheira |
galeata | Oviforme com viseira | ~50 | 1,9 | serrapilheira |
grandis | Oviforme-alongada | >100 | 2,2-2,4 | lóticos; serrapilheira |
intermedia | Globular, PS terminal | ~100 | 1,8 | “Wetlands” |
lineare | Oviforme-alongada | <30 | 2,3 | aquáticos, musgos, serrapilheira |
penardi | Oviforme com capuz | 45 | 1,9-2,1 | serrapilheira |
sp-1 | Cilindriforme | 40-100 | 2,7-2,8 | lóticos, serrapilheira |
sp 2 | Cilindriforme, PS maior | 40-100 | 2,2-2,5 | lóticos, musgos, serrapilheira |
sp 3 | Oviforme, PS ovalado | 70-100 | 1,7-2,2 | serrapilheira |
sp 4 | Oviforme-alargada, PS grande | 70-110 | 1,5-1,7 | serrapilheira e musgos-solos |
sp 5 | Oviforme-alargada, PS elíptico | ~85 | 1,2-1,4 | Serrapilheira |