Enter your keyword

Cercozoa

Filo Cercozoa Cavalier-Smith 2018

Os organismos desse Filo possuem os pseudópodos filosos ou filiformes (finos, longos e ramificados). Dentre esses, existem aqueles que secretam escamas ou placas siliciosas para formar suas tecas – Ordem Euglyphida – e também aqueles que produzem conchas orgânicas, isto é, as tecas são compostas de materiais orgânicos e às vezes detritos coletados no ambiente – Ordem Tectofilosida.

Táxons  TECA COMPR.( µ ) AMBIENTE
asperulum Globular 30-40 musgos e líquens
dubium Oviforme 50 musgos e líquens

Gênero Diaphoropodon Archer, 1869

Os organismos desse gênero são comumente encontrados em ambientes aquáticos, mas são imperceptíveis se não observados em amostras “vivas”, quando pode-se observar os pseudópodos filosos ao se movimentarem. Após a fixação ( com a morte das amebas) as tecas ficam semelhantes a uma “massa de detritos”.

Diaphoropodon mobile Archer,, 1869)

Esse é um gênero que apresenta dificuldades na identificação específica, devido o alcance da microscopia de campo claro, tanto para a visualização das escamas do corpo quanto as orais. As fotos apresentadas, às vezes, não evidenciaram os detalhes das escamas e para vários táxons não foram encontrados correspondentes nas descrições taxonômicas.

Na medida do possível, agrupei as formas/tamanhos e aspectos da teca dentro das espécies descritas pelos taxonomistas e os espécimes que não se encaixaram foram elencados como sp1, sp2, etc. Observei alguns espécimes que apresentaram dimensões “extra-grande”,  fato que não encontrei relatos na literatura, mas reportei  da mesma maneira, inferindo que indivíduos “gigantes” surgem com um propósito nessas comunidades.

O gênero foi separado, assim como sugerido por Decloitre, 1962, em 2 Grupos (com algumas modificações), à saber :

Grupo 1: A maioria das espécies apresentam: 1) não comprimidas, mais robustas e com aberturas circulares; 2) Tipos de escamas do corpo: A =tipo “escutiformes” – presença de uma pequena protuberância na região central-superior superior (Figura I) ou B= circular ou oval; 3) Tipos de escamas orais: A =denteação “em tamanho decrescente” (Figura II) ou B= com 1 dentículo ou em formato de gota; 4) espinhos, quando ocorrem, são escamas modificadas. Nesse grupo predominam as espécies de hábitos aquáticos.

(I)
(II)
Fonte: Ogden, 1981

Figura: (I) Escamas “escutiformes” do corpo e (II) Denteação decrescente das escamas orais.

Na Tabela abaixo está representado o esquema utilizado para distinguir os sub-grupos do Grupo 1:

GRUPO Escamas da Teca Escamas da Abertura
1A tipo “escutiformes” denticulação decrescente
1B circulares ou ovais denticulação decrescente
1C circulares ou ovais com 1 dentículo ou forma de gota

Em 2001, W. Foissner & W. Schiller criaram o gênero Scutiglypha, para abrigar as espécies com escamas “escutiformes”, mas não adotei essa nomenclatura nesse trabalho.

 No Grupo 2: As tecas são comprimidas, os espinhos, quando ocorrem, são mais finos e se projetam entre as escamas do corpo, pois não são escamas modificadas. A abertura (PS) normalmente é oval, mas pode ser circular e as escamas orais apresentam formas variadas. Nesse grupo predominam as espécies de hábitos terrestres (musgos, serrapilheira, solos, etc).

Táxons  TECA COMPR.( µ ) AMBIENTE
glabra minima Retangular em vista frontal e em forma de gota, em lateral. ~50 Lótico
lens Oviforme-alargada, quase circular ~60 lêntico
ventricosa Oviforme-alargada, presença de espinhos ~50 lêntico
Táxons CORPO e ABERTURA TAMANHO  RAZÃO C/L AMBIENTE
valkanovi Forma de “gomo” estreito; PS estreito <50 2,9-3,2  Aquático e Musgos
sp1 Cilindriforme, PS grande >60 2,5-2,9 Lótico
sp2 Cilindriforme, PS terminal 50-60 2,3-2,6 Lótico e musgos
sp3 Cilindriforme,larga, PS não terminal ~50 2,3-2,6 Musgos
sp 1 Oviforme, transparente com partículas grandes aderidas ~30 1,5 Musgos-lótico
archeri Oviforme, amarronzada, com partículas pequenas aderidas >40 1,3-1,7 Serrapilheira
Táxons CORPO e ABERTURA TAMANHO  RAZÃO C/L AMBIENTE
australis Oviforme, estreito colar, PS maior ~60 1,7 Lótico
australis var. chardezi Quase circular, estreito colar 36-45 1,2-1,4 Aquático
lenta Oviforme, estreito colar, PS menor 40-50 1,4-1,5 Aquático; musgos; Serrapilheira
macrolepis Oviforme, com 2 placas grandes ~30 1,3-1,5 Musgos-turfa; Lótico
minuta Oviforme, estreito colar ~30 1,8 Musgos-turfa; Lótico
splendida Oviforme, colar mais largo, PS menor ~60 1,8 Musgos; Serrapilheira
Táxons  TECA Medidas: de C( µ ) e Razão C/L AMBIENTE
acolla Oviforme 39-43 e 2,0 Musgos muito úmidos
acolla f. stenostoma Oviforme 42 e 2,0 Serrapilheira
dentata Oviforme, com membranas no PS 44-60 e 2,0-2,1 Aquático
elongata Cilindriforme, 45-66 e 2,3-2,5 Lêntico, Musgos, Rizosfera
sp 1 Oviforme-alargada, 30-60 e 1,6-1,8 Serrapilheira
Táxons  TECA Comprimento ( µ ) AMBIENTE
pulchellum Oviforme <36 Musgos úmidos
Táxons  TECA COMPR.( µ ) C/L AMBIENTE
cf.chardezi Globular 50×40 1,1-1,3 serrapilheira
complanatum Oviforme-quadrangular 35-60 1,5-1,6 musgos muito úmidos
complanatum v. aerophila Oviforme-quadrangular 40 1,4-1,4 serrapilheira
enchelys Oviforme-alongada 36-100 1,8-2,4 aquáticos, musgos, serrapilheira
galeata Oviforme com viseira ~50 1,9 serrapilheira
grandis Oviforme-alongada >120 2,2-2,4 lóticos
intermedia Globular, PS terminal ~100 1,8 “Wetlands”
lineare Oviforme-alongada <30 2,3 aquáticos, musgos, serrapilheira
penardi Oviforme com capuz 46 1,9-2,2 serrapilheira
sp 1 Cilindriforme 40-100 2,5-2,8 lóticos, serrapilheira
sp 2 Cilindriforme, PS maior 40-80 2,2-2,8 lóticos, serrapilheira
sp 3 Oviforme, PS ovalado 70-100 1,8-2,2 serrapilheira
sp 4 Oviforme-alargada, PS grande 70-110 1,5-1,7 serrapilheira e musgos-solos
sp 5 Oviforme-alargada, PS elíptico ~85 1,2-1,4 Serrapilheira